Nesta data a IPB comemora oficialmente o dia do presbítero, função tão importante na vida da igreja, que requer vocação, dedicação e amor à obra do Reino de Deus. Como a data varia a cada ano, convencionou-se comemorá-la no 1° domingo de agosto.
Em nossa Congregação não há presbíteros regentes ordenados, apenas o pastor da igreja-mãe, que é o presbítero docente. No entanto estamos preparando os futuros candidatos a essa função, a de presbítero regente, a vê-la como mais do que servir a ceia ou sentar-se ao lado do pastor no culto. O ofício de presbítero regente precisa ser encarado como um ministério pastoral, em que os mesmos devem cuidar da igreja e auxiliar o pastor naquilo que ele precisar.
O Manual Presbiteriano, em seu capítulo IV, seção 3a, art.51 define as funções dos presbíteros regentes, que são os representantes imediatos do povo, eleitos para exercer o governo, disciplina e zelar pelos interesses da Igreja:
a) levar
ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder
corrigir por
meio de admoestações particulares;
b) auxiliar o
pastor no trabalho de visitas;
c) instruir os
neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância
e da juventude;
d) orar com os
crentes e por eles;
e) informar o
pastor dos casos de doenças e aflições;
f) distribuir
os elementos da Santa Ceia;
g) tomar parte
na ordenação de ministros e oficiais;
h) representar
o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e
no Supremo Concílio.
No entanto a maioria dessas funções tem sido deixadas de lado em muitas comunidades presbiterianas, o que faz mal ao povo e descaracteriza a igreja, que recebeu esse nome em função de sua forma de governo eclesiástico.
Orar, visitar, doutrinar e acolher são funções destinadas aos presbíteros como definiu o Manual Presbiteriano, mas elas precisam ser colocadas como prioritárias no ofício do presbiterato. Talvez por conta da herança episcopal e do individualismo da sociedade brasileira, muitos ordenados para esta função deixam todas estas atividades para serem feitas pelo pastor, esquecendo-se do conciliarismo da IPB e de sua função como auxiliadores do ministro do evangelho em seu ministério pastoral.
Em muitas igrejas o número de presbíteros regentes cresceu, mas o serviço, em muitos casos, não acompanhou esse número. Esse relação numérico-efetiva, a meu ver, está relacionada a falta de vocação de muitos que tem sido ordenados para este estimado serviço. Muitos presbíteros não estão aptos a ensinar e muitos não mantém relações pastorais com a igreja. As vezes a ausência pode ser tanta, que a única referência masculina da igreja, no que diz respeito ao ensino, é a do pastor e isso acontece com mais frequência entre as salas mais básicas da escola bíblica, onde em muitos casos existem apenas professoras, reservando-se os presbíteros dessa função.
Outro fator que pode estar ligado a falta de serviço é a ausência do preparo desses candidatos, pois não deveriam ser apenas avaliados quanto ao saber, mas também quanto ao servir, especialmente, servir a comunidade de forma pastoral, orando pelo povo, instruindo e visitando.
Na IPB o pastor não toma as decisões sozinho, conta para isso com o conselho de presbíteros, sendo ele apenas presidente deste enquanto servir esta comunidade. O presbítero regente por sua vez é membro da igreja e, uma vez ordenado, provavelmente servirá à igreja mais tempo do que o presbítero docente, isto é, o pastor, que por vezes pode ter uma passagem rápida pela igreja. Assim como o pastor não toma as decisões sozinho, ele também não serve à igreja sozinho, tem ao seu lado todo o conselho, que deve auxiliá-lo a pastorear a igreja local.
O serviço de presbítero regente é demais precioso para uma comunidade, deve ser levado a sério e ser feito com amor e dedicação, assim como o nosso Bom-Pastor nos ensina. Felizes são as comunidades que contam com presbíteros servos, comprometidos com a vida dos neófitos, crianças e jovens, que oram por e com os irmãos, e auxiliam o pastor em suas visitações aos enfermos e atribulados.
Vale sempre ressaltar que o presbiterato não deve ser um degrau para o pastorado ou qualquer outra função, mas requer vocação e preparo exclusivo.
Você presbítero, saiba que é muito importante para a igreja local, pois é representante desta não apenas no conselho local, mas também no presbitério e demais instâncias. Seu trabalho deve somar forças ao do pastor. Assim o rebanho de Cristo é bem cuidado e cresce sob os cuidados de pastores que obedecem ao Bom-Pastor, Jesus Cristo o Cabeça da Igreja.
Feliz dia do Presbítero!
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